Todas
as salas são desafiadoras e possuem públicos com exigências singulares e que
demandam um esforço grande extra-classe. Já tratei aqui neste espaço sobre a
visão que o professor deve ter em relação ao ensino hoje. Tudo mudou. As
pessoas aprendem de diversas formas, o que exige, no mínimo, um olhar mais
apurado de quem ensina. Não ensinamos, somente. Aprendemos também. Podemos ter
um grau de interação e fluidez de aquisição de conhecimentos diferenciados em
cada sala, mas precisamos ter em mente que o ensino-aprendizagem caminha desta
maneira.
Como
promover o ensino e motivar uma sala de jovens que vai da faixa dos 18 aos 25
anos de idade? Muitos deles, já iniciaram o grau superior ou estão se formando
secularmente e lutam, literalmente, para que aos domingos estejam na EBD. Assim
como as demais salas, trazer algo muito pronto e previsível, pode ser
desmotivador e pouco participativo. Dentro do assunto, o professor pode expor o
assunto e facilitar a cooperação da sala rumo a uma discussão. Aula mais
expositiva cabe em alguns momentos e, dependendo do tópico, pode ser
interessante, porém pode, ao longo do trimestre, desgastar o professor e
questionar a capacidade interativa de seus alunos, assim como vedar grandes
contribuições de conhecimento dentro do campo secular de cada um e no espiritual também.
Se
existe uma sala que busca uma aplicação do que se discute e estuda, eis a sala.
Havendo a exposição, debate, esclarecimentos de tópicos e fundamentação
bíblico-teológica, resta para esta sala a pergunta: “Como isto me atinge hoje?”
“Como posso aplicar isso a minha realidade?” São perguntas valiosas que merecem
atenção do professor e são comuns, dados os desafios que a juventude enfrenta
fora da igreja. Havendo uma confluência de caminhos e atitudes a serem tomadas,
dentro de uma fundamentação bíblica também, onde o professor demonstra
segurança, com certeza sua sala de aula não será tomada pela monotonia ou pela
evasão dos alunos.
Juventude,
além do vigor físico e intelectual, gosta e está “plugada” nas tecnologias.
Dentro da possibilidade, mescle assuntos destas áreas e traga para sua aula.
Aproveite a facilidade das redes sociais e partilhe um estudo relacionado a uma
das lições ou coloque um desafio a ser solucionado em sala de aula com os demais.
Por terem energia e gostarem de testar o conhecimento dos docentes, vez por
outra, alguém pode iniciar o tópico da lição ou mesmo conduzir a aula com o amparo
devido do professor. Não cabe aqui dizer que estamos medindo força ou abrindo
mão de ensinar, mas a classe precisa ter a oportunidade de ouvir pessoas
diferentes e, como grande contribuição, descobrir futuros professores e
ensinadores da Bíblia.
Uma
sala que pode ser impactada com o poder de Deus é justamente esta. A influência
de quem ensina, sua vida e maneira como trata a palavra de Deus, serão notados.
Carecemos de bons exemplos e a juventude depende disso para que a aplicação da
palavra seja depositada no coração. Para que as verdades espirituais sejam
comparadas com as espirituais e que o genuíno discernimento brote de uma mente
renovada por Cristo (1Co. 2: 13,14,16).
Ev. Natanael Lima
AD – Vila Espanhola – São Paulo